Senar e-Tec 10 anos: Superação e protagonismo feminino no campo

Tutora do Senar inspira jovens a superarem barreiras e ocuparem seu espaço no agro.

Senar e-Tec 10 anos: Superação e protagonismo feminino no campo

Brasília (15/07/2025) – A presença feminina no campo vem ganhando cada vez mais força e histórias como a da baiana Franciely Sousa Silva, 32 anos, são a prova dessa transformação.

Técnica em agropecuária e engenheira agrônoma, Franciely atua desde 2022 como tutora da Rede e-Tec do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no curso Técnico em Fruticultura.

Mas foi no ambiente da agricultura familiar, onde cresceu, que ela percebeu sua vocação para educar e impactar vidas. Incentivada pela família, Franciely passou a ensinar jovens e adultos do meio rural, especialmente nas comunidades de Gandu, no Baixo Sul da Bahia, onde nasceu.

“Isso despertou meu interesse em mostrar para outros jovens, por meio da educação, as oportunidades que existem no setor rural, contribuindo para a sucessão familiar e a valorização do campo”, conta.

No entanto, em um ambiente tradicionalmente masculino, sua jornada não foi fácil. Muitas vezes, sentiu insegurança ao desempenhar suas funções em campo, admite.

“Às vezes achava que aquelas atividades tinham sido criadas para homens. Isso me travou em alguns momentos”, revela. “Mas hoje ajudo outras mulheres a superarem esses mesmos desafios, mostrando que o setor agrícola também pode ser liderado por nós”.

A tutora acredita que o olhar feminino agrega sensibilidade, planejamento e estratégia ao trabalho rural, e esse protagonismo deve ser incentivado desde cedo.

Segundo ela, as mulheres sempre estiveram presentes no campo, inclusive na fruticultura, mas hoje essa presença está mais visível, com mulheres atuando em várias etapas da cadeia produtiva. Antes, elas estavam mais concentradas nas fases de pós-colheita, processamento e agroindústria.

“Hoje já é possível encontrar mulheres com mais frequência na parte de plantio, poda e até na operação de máquinas. No curso técnico, existem muitas mulheres sim, mas, em termos proporcionais, os homens ainda predominam.”

Sua atuação vai muito além de ensinar. Ela também acompanha de perto os desafios pessoais dos alunos, que impactam diretamente nos estudos, e se emociona ao ver a transformação deles.

“Um dos momentos mais marcantes foi quando um aluno da terceira idade me disse que só conseguiu se formar por minha causa. Isso me fez sentir pertencente àquele lugar”, lembra.

“Eu sempre recebo mensagens deles dizendo que se sentiram inspirados por mim a continuar na agricultura. Isso me mostra todos os dias que estou no caminho certo”, completa.

A tutora acrescenta que, mais do que suas conquistas pessoais, ela vê seu papel como parte de uma missão maior, que é valorizar o campo e a agricultura familiar.

“Meu trabalho transforma vidas e fortalece comunidades inteiras. Quero mostrar aos jovens que o campo não é um lugar de miséria, e sim de oportunidades reais. Ser educador rural é mais do que ensinar, é transformar vidas e fortalecer a base do nosso país”, conclui.

Fonte: CNA Brasil

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