Brasília (10/04/2025) – Com 55 anos, o produtor rural Eduardo Menezes sabe muito bem que nunca é tarde para ir em busca de conhecimento. Nem que para isso tenha que percorrer longas distâncias para realizar seu sonho.

Eduardo tem uma pequena terra na área rural e vive há 22 anos na cidade de Várzea, no agreste do Rio Grande do Norte.

“Nasci em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, mas tenho raízes nordestinas. O lema de deixar o Nordeste e buscar uma vida melhor na cidade grande era dos meus pais. No meu caso, fiz o caminho de volta às origens”.

É na “pequena propriedade” que ele tira parte do sustento da família. Tem um viveiro de mudas frutíferas e ornamentais, tornou-se paisagista, consultor e produtor rural, atividades que exercia juntamente com a comercialização e produção de polpa de frutas, que ele começou em 1996.

Para a fabricação de polpas, parte das frutas vinha do pomar da própria propriedade e parte vinha de produtores da região e da central de abastecimento local, porém, a pandemia atingiu em cheio o negócio do produtor.

“Praticamente sai do ramo de fabricação de polpa de frutas, não tinha mais como vender, a distribuição ficou mais difícil, daí tive que vender parte dos maquinários, entretanto, estou pensando em retomar a atividade em breve”, diz.

Os impactos e as restrições da pandemia da Covid-19 levaram o produtor a tomar uma decisão: investir em capacitações adaptadas para aquela realidade de isolamento social que o Brasil e o mundo estavam passando. E foi por meio das redes sociais que ele descobriu os cursos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Trancou uma graduação em Administração e começou, em 2020, o curso Técnico em Fruticultura.

“O curso fez muita diferença na minha vida. Foi o que precisava para realizar minha vocação no agro, para exercer uma atividade que amo. Hoje tenho um pomar de uva consorciada com cacau e um pomar de maracujá orgânico, ambos projetos modelos, e me especializei em frutíferas em vaso.”

O produtor conseguiu conciliar as atividades presenciais e online do curso. “A metodologia do aprendizado técnico profissional do Senar é perfeita, exige empenho do aluno, ao mesmo tempo que motiva e nos traz inovação”.

Mas para quem é do campo, e quer estudar, muitas vezes é preciso percorrer longas distâncias. Foi o que aconteceu com Eduardo. Para as aulas práticas, ele percorria mais de 100 quilômetros até São Paulo do Potengi, onde estava localizado o polo da Rede e-Tec do Senar. “Gastava um bom tempo no deslocamento e voltava para casa à noite. Mas valeu muito a pena”.

Novos aprendizados – Adepto do aprendizado constante, o produtor cursa atualmente o 3º semestre do curso Técnico em Agricultura do Senar. A dificuldade da distância continua a mesma, mas enfrentar esse desafio vale a pena. “É um aprendizado transformador que contribui para o desenvolvimento do setor”.

Para o produtor Eduardo Menezes, vocação e conhecimento devem andar juntos. Foi assim na sua vida e foi esse o exemplo que passou para os filhos. “Quero crescer junto com o agro. Fazer parte do setor significa fazer a diferença dentro do ramo que sempre sonhei em trabalhar”.

Fonte: CNA Brasil